quinta-feira, 17 de março de 2011

Quero falar!

Por um bom tempo de ação e observação, tenho notado entre os alunos a ausência de significado de assuntos relacionados à vida, ao dia a dia. Temas como higiêne, velhisse, alimentação, sexo, urbanismo, medo,preconceito, familia dizem muito respeito ao que nos tornamos, e hoje, minha decisão é fazer caber dentro da iniciação artística, da Arte, a compreeenção e discussão desses temas. Sem intuitos pré determinados, sem posições, apenas uma coragem que brota nesse momento da minha prática de expor questões ligadas à concepção de nós, seres pensantes, criativos e autônomos.
Vida e Arte são intrínsecas, e não medem esforços de interesses de estarem cada vez mais próximas. Criaças podem pensar sobre sí, sobre o outro e sobre o mundo. Têm opniões, sugestões e idéias muitíssimo criativas. Essa reflexão é espelho no trabalho, é ação, é humano. Não falamos só de cores, linhas e texturas, falamos sobre esses pequenos e suas intenções até essa mesma cor, linha e textura. Falo de mim. Falo à minha maneira. Falo do que conheço e do que quero passar a conhecer.
Assim 2011 recomeça.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Carta ao Gestor do CEU Lajeado: Ocorrência Artística

‘OCORRÊNCIA’: Ação de ocorrer- acontecer

Hoje, dia último do mês de Setembro do ano de 2010, me coloco à disposição de qualquer questionamento a respeito da ação artística ocorrida no dia de ontem no espaço público do CEU Lajeado.

Nós, artistas-educadores do Programa de Iniciação Artística, fomos convidados há poucas semanas atrás pelo NAC para criar intervenções no espaço de convívio do camarim junto aos alunos do programa. Como artista plástica, como professora e cidadã, considerei a idéia ousada e muito atraente no que se refere a uma proposta de apropriação da comunidade ao espaço que lhe pertence, além de desmitificar o espaço de preparação dos artistas visitante do Teatro do CEU Lajeado. Embora a intervenção, por sua própria natureza, tenha um caráter subversivo, atualmente é tida como legítima manifestação artística, muitas vezes patrocinada pelo Poder Público, e no meu caso, havia uma autorização, um convite para nos fazermos presentes dentro desse espaço em forma de Arte.

Se houve algum equívoco em relação à realização de nossa intervenção pode-se considerar a falta de comunicação “do quê” realizaríamos como causa. Dessa circunstância me coloco inteiramente responsável já que o planejamento das minhas aulas junto aos pré-adolescentes acontece coletivamente no momento da aula. O Teatro do CEU Lajeado estava disponível para o nosso trabalho naquela tarde- como foi checado junto à equipe do NAC no mesmo dia. Também tivemos o privilégio de receber latas de spray cedidas gentilmente pelo gestor do CEU Lajeado. Essa combinação de fatores parecia contribuir para que aquela tarde de quarta feira se tornasse o momento de exploração de nossos trabalhos naquele local oferecido.

Meus alunos do PIÁ de 11 a 13 anos são na sua metade crianças já participantes do programa e a outra metade de novos frequentantes. Todos a partir desse segundo semestre entraram nesse grande desafio de buscar entender e se comunicar através da iniciação artística das Artes Visuais. Como de costume, as Artes Visuais no primeiro entendimento são ligadas à representação da realidade através dos desenhos e pinturas que mais se pareçam com o que podemos ver. A beleza parece só ser encontrada dentro do que podemos reconhecer como uma figura fidedigna ao que já conhecemos, transformando a ação artística em um mero artifício técnico ou mesmo em um dom divino daqueles que conseguem conceber trabalhos dentro dessas características.

Meu maior objetivo junto a esses alunos é constituir uma autonomia de produção de trabalho e ferramentas para se comunicar e se manifestar através dessa linguagem artística. Cada um é um individuo único dentro de possibilidades incontáveis de criação e confecção de conhecimento visual. Para possibilitar esse percurso, tenho os estimulado a se relacionarem com práticas de criação que os desafiem principalmente em relação aos suportes, às técnicas e o mais importante de tudo, a individualidade potencial que cada um pode vir a encontrar explorando as possibilidades dentro dos desafios propostos em sala.

De Agosto até o dia de ontem temos conhecido vários trabalhos de diferentes artistas que se comunicam de formas diferentes. Buscamos aliar o pensamento e a crítica com o que estamos produzindo desde então: os porquês, os para quês, os ondes e principamente, quem somos a partir disso que mostramos. Já experimentamos materiais, trocamos o lápis e desenhamos com o próprio papel utilizando a área externa do CEU Lajeado como suporte dos desenhos, já entendemos o conceito de efemeridade doando nossos desenhos para a comunidade ao redor do equipamento, já desenhamos os lugares que tanto conhecemos e descobrimos que mesmo dessa maneira os desenhos são diferentes de como vemos a imagem real e são legais assim mesmo, já nos desafiamos desenhando de maneiras absurdas afinal o que importa é descobrir a melhor maneira que cada um gostaria de desenhar e nem tanto o resultado que esse desafio poderia nos proporcionar... e aí havia o camarim do teatro.

No primeiro momento da aula de ontem nos colocamos a observar inúmeros cartões de imagens de diferentes artistas plásticos trazidos por mim. Cada um escolheu o que mais lhe interessava e a imagem que lhe causava estranheza. Nos exercitamos buscando explicar as razões dessas escolhas- um exercício para aprendermos a argumentar a respeito dos trabalhos.

No segundo momento levei todos os alunos presentes para conhecer esse lugar no qual trabalharíamos naquele dia: o camarim. A proposta é que faríamos uma doação de desenhos em forma de agradecimento à esses artistas que em alguma oportunidade freqüentarão esse espaço e também doarão sua Arte à comunidade de Guaianazes. Seria uma troca, uma doação de nós para o CEU e de nós para esses Artistas volantes. Muitos dos alunos nunca haviam estado naquele espaço, além de não entender a função daquele “banheiro” tão grande. Se o espaço era grande provavelmente havia sido construído para muitas pessoas passarem por ali, inclusive nós em algum momento de apresentação. Também entendemos que mais do que um banheiro grande, o camarim é um espaço de preparação, de concentração e coletivo (mais ou menos como nosso Ateliê).

Eu apresentei as portas dos boxes dos banheiros como o espaço em que trabalharíamos naquela tarde. Cada aluno se tornaria responsável por uma face dessas portas. Nos dirigimos a Sala-Ateliê e cada aluno confeccionou o projeto dm desenho para a realização da intervenção. A partir dos projetos propus que cada um buscasse clarear todas as maneiras e materiais para que conseguíssemos realizar nossos objetivos. A Tinta em spray caiu como uma luva já que a outra alternativa existente seria o guache, que é diluível em água e se tornaria um transtorno quando alguém fosse limpar aquele ambiente. Pensando nesse material, produzimos “máscaras” nas folhas de raio-X que são adequadas para reproduzir os mesmos desenhos em diferentes superfícies. Além disso, tivemos o cuidado de levar material de apoio para nos auxiliar: jornais para forrar o chão e as áreas que não seriam pintadas, luvas, tesouras, fita adesiva, lápis e muitas idéias.

A produção se iniciou após o intervalo, depois de cuidarmos de todos os detalhes dessa apropriação. Preparamos o camarim e dei algumas instruções para que os alunos manuseassem com eficiência os materiais: as distâncias para o spray não borrar ou respingar a superfície, a luva para proteger nossas mãos, proteger as áreas que não deveríamos pintar, como trabalhar com uma tinta à base de óleo?...

Demos início aos desenhos. Aprendemos com o erro, com o cheiro forte, com a tinta que escorre quando o spray é colocado muito próximo à superfície, mesmo a professora tento alertado. Surpreendemos-nos com a reprodução possibilitada a partir das máscaras de raio-X, das misturas de cores, das maneiras diferentes que cada desenho saia proposto por seu autor.

Os desenhos das crianças pouco se parecem com as noções de decoração que estariam presentes dentro das salas de jantar de muitas famílias, ou mesmo dos concursos de desenhos que observamos em seriamos, novelas e filmes. Essas crianças são aprendizes e autores desses desenhos que custosamente tem ganho liberdade de expressão e autonomia. Se aprende experimentando, observando um adulto artista que oferece um aval do que antes parecia impossível. Se aprende conhecendo e respeito a maneira de fazer do colega, da imagem que nasce ainda sem um nome específico e hoje esse aluno já se permite se aproximar desse desconhecível agradável.

Meu pedido maior nesse momento é para que não retrocedemos no percurso de aprendizagem dessas crianças. Se bonito ou não aos olhos alheios, não nos pertence catalogar essa manifestação. Esses desenhos precisam finalizar os seus caminhos, precisam ser acabados, ou pelo contrário, serão a clara manifestação que o que estão começando a produzir é na sociedade dito como ruim, feio e desprezível de continuar vivo, existindo naquele lugar.

Peço desculpas a quem se sentiu ofendido, ou mesmo desrespeitado dentro do espaço de conhecimento das ações ocorrentes no equipamento do CEU Lajeado. A Ação em momento algum tinha como propósito causar o transtorno que alcançou. Peço desculpas às pessoas envolvidas indiretamente e pelo mal estar desnecessariamente causado.

Grata

Aira Bonfim

Artista-educadora do PIÁ CEU Lajeado

sábado, 2 de outubro de 2010

Sim! Bienal!

“ Sim, vamos à Bienal!”. Desde o início da organização dessa saída junto aos alunos do PIÁ CEU Lajeado( Programa de Iniciação Artística), minha maior preocupação como artista-educadora era com que essa visita à uma exposição de tão grande porte não se detivesse apenas no estranhamento em estar naquele lugar, mas a promoção de uma relação pessoal e investigativa com aquilo que nunca havia sido visto.

Com um mês de antecedência criamos propostas que levassem os aducandos a pensar uma exposição de Artes Visuais como algo além de um ‘cubo branco’ cheio de pinturas e ”estátuas” (referência trazida por eles em sala). Através de muito material visual, inclusive o que fora produzido pela própria Bienal, conduzimos atividades que os desafiassem principalmente a romper com esse espaço tradicionalmente oferecido ao artista. Pudemos pesquisar temas trazidos pelas próprias obras, sensações,beleza, materiais, tamanhos e até o conceito de “efêmero” com os alunos pré-adolescentes: como pode um trabalho ter a hora de nascer e morrer?

A nosso visita foi muito proveitosa, de qualidade. Mesmo depois de tantas conversas, os alunos quase não acreditavam estar dentro de um lugar como aquele, um lugar em que artistas (adultos) também tinham idéias e as concretizavam. Muito semelhante com o que fizemos durante aquele mesmo período nos espaços do CEU Lajeado, onde nossas idéias e nossos materiais se tornavam parte de um ambiente anteriormente estranho.

Hoje partimos de um outro ponto de partida no momento de produzir com essas crianças. Mesmo para os alunos que não foram à visita, já existe um repertório visual crescente à espera de outros encontros com a Arte. Nossos alunos se tornam cada vez mais autores e responsáveis por aquilo que pensam e desejam compartilhar.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Doações de Desenhos


Qual é o lugar da Arte? Um espaço fechado? os muros? as ruas? a parede?

E será que a Arte poderia mudar a vida de alguém?


Conversamos a respeito do LUGAR, onde é esse lugar que habitamos? Ou, eu estrangeira daqui, como poderia me aproximar desse espaço? Cada um é um presonagem único dentro dessa narrativa que vivemos, conversamos sobre o bairro de Guaianazes: os pré-adolescentes tinham opniões muito diversas a respeito daquele espaço. Fiquei curiosa.

Primeiro observamos alguns trabalhos de artistas que tinham o LUGAR como questão. O "Efêmero" surgiu como discussão já que percebemos que existiam trabalhos que tinham uma vida útil no espaço. Preparamos em pequenas " telas" de papelão pinturas e desenhos que seriam doadas para o bairro. Pedi que cada um escolhesse individualmente o "SEU" lugar, e que gravássemos o depoimento
Alguns desenhos ficaram em lugares "seguros", como por exemplo na serralheria, a moça da batata frita, a lojinha e tal. Outros se arriscaram e seus desenhos passaram a habitar o espaço da rua, a grade.

Muitos querem envelhecer em Guaianazes, outros pensam em Europa, Havaí... Para a maioria o bairro é um lugar bom (fora a pedofilia! isso merece uma postagem especial). O bairro é alegre e merece cuidados segundo eles. O video esta quase pronto para colocar aqui.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O Tecido Branco

E quando as cartas parecem desaparecer do que chamo de cérebro ativo, lá do fundo da sala aparece um loooooogo tecido branco. E viva a Andrea...
Todas as crianças passaram a habitar o interior desse longo tecido que poderia se transformar em muitas coisas. Eu fiquei do lado de fora, um camarote para observar as muitas mutações que o tecido de crianças e Andrea promoviam.
Nosso corpo agora era uma escultura coletiva: engatinhava, rolava, ficava de pé, agachava e precisava muita atenção com o outro. Todos estavam ali e faziam parte de novo corpo. Tínha uma velocidade e maneiras para caminhar.
Saímos do espaço da sala de aula, invadimos escadas e os limites do espaço externo. Éramos uma grande escultura ainda no pátio vazio da manhã de segunda feira. O vento agora era mais um componente dessa brincadeira. Inventei um botão que interferia diretamente nessa grande montanha de crianças, esse botão quando acionado podia fazer barulhos, modificar a escultura, fazer movimentos.... maior barato! Quem viu, viu. Quem não viu pode colher um pouquinho das imagens por aqui...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Desenhos no Ar

Hoje minha turma de pré-adolescentes foi desenhar, mas como eu não tinha certeza se os grafites seriam encontrados, resolvi bolar outra maneira que pensar o desenho...

A proposta foi conversarmos sobre desenhos e aproveitar para ver bastante imagens de outros artistas que propunham maneiras diferentes de se relacionar com seus desenhos. Agora era o seguinte: o desenho não seria produzido NO papel, esse desenho seria feito COM papel! Sim, o papel sulfite não mais como suporte, mas como ferramenta! uhoo
Depois de desenhos, ventos e pedrinhas sobre o papel. Intervalo.

Após a parada e reflexão. Observamos nossos próprios desenhos através das fotos da máquina fotográfica. Depois cada aluno ficou responsável por fazer um desenho de observação do desenho do colega, também recebeu a missão de procurar pelo espaço outras formas semelhantes as produzidas no desenho do amigo. Finalizamos conversando a respeito de tudo que fizemos. Ufa, cansou.

sábado, 21 de agosto de 2010

Nossos Lugares

Essa é minha turma com a Thais, nossa atriz!

É uma turma grande, cheia de personalidade. Uns que não querem participar de jeito nenhum, outros que são meio "avalanches" levando a turma para direções outras, outras meninas quase adultas e por aí vai...

Eu e Thais desde o início nos sentimos a vontade entre eles, muitos inclusive são novos dentro do PIÁ. Nas primeiras aulas trabalhamos com jogos, brincadeiras e desenhos que propunha uma relação maior entre todos os integrantes do grupo: nos conhecer, respeitar o outro, nomes e novas parcerias

LUGAR: esse foi nosso objetivo norteador nesse momento

As experiências e exercícios planam sobre a criação e pensamento desses espaços, desses lugares.
Na aula anterior, em trios, recortamos imagens referentes à LUGARES, cada grupo se responsabilizou por um lugar diferente. Guardamos em um envelope e aqui estão as imagens novamente.
Depois de nos exercitarmos com outros jogos teatrais, fomos para o espaço externo da sala, o BEC( nome do prédio onde ficam as salas, quadra, teatro lá no CEU). Ali o exercício teve continuidade na construção de uma cena, sem fala, mas que mostrasse para quem estivesse assistindo, que lugar era esse.... As imagens estão ali para ajudar a criar imagens, idéias.

Aqui esta um grupo se apresentando... Acho que era um restaurante. Poxa, foi gostoso!

escolhi o ROXO, essa é a turma de 8 à 10 anos, as terças do período da tarde

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

"sola, pero que mui bien acompanhada"- portunhol dos bons

Sí, Sí, Sí... tenho uma turma de pré-adolescentes e..?? Sozinha!

A turma paira entre os 11 e 13 anos, meninos e meninas. Uns tagarelas e outros quase mudos, mas é só o inícios ainda. Essa turma já frequentava o programa no semestre anterior e tinham sérios problemas com o artista-educador de música. Já recebi a pasta de chama com um "hum... essa é a turma de quarta....boa sorte!"

Mas enfim, foi difícil mesmo no primeiro encontro, fui testada do primeiro ao último minuto. Sexo, sacanagem, canção gospel, encenação, piada... tudo existiu, mas foi produtivo ( e cansativo também). Estava um barulho danado na sala ao lado e esse detalha compromete a concentração e tal, precisávamos de muito diálogo para nos entendermos e esclarecê-los que de raios era essa tal 'artes visuais' que todos eles iriam ter aula daqui para frente. Jogamos o jogo da bienal nesse dia, conversamos muito sobre arte, sobre eles, sobre o PIÁ. Também fizemos um momento de apresentação do que quisesse no final da aula: foi um máximo!

( isso porque eu notei que precisávamos desenvolver ferramentas para diálogos sobre arte, sobre nós, sobre os nossos trabalhos...). Foi estranhos, me pego poucas vezes trabalhando de forma tão Na aula seguinte a discussão foi entorno da diferença entre Tridimensional X Bidimensionalestabelecermostecnicista, mas percebi que foi bom, e o exercício foi o seguinte:

depois de muita conversa sobre BI X TRI, todos os alunos receberam dois conjuntos do mesmo material: um montinho de argila, uma folha de papel e um palito de churrasco

Com esses dois conjuntos transformaríamos um em um trabalho Bidimensional e o outro conjunto em um Tridimensional. E não foi que funcionou?

Claro que surgiram dúvidas e confusões, mas pudemos colocar todo a produção do dia me duas mesas diferentes, conversamos sobre os trabalho e até sobre as questões presentes nas diferentes produções. Foi bom.

essa turma poderia ser verde

o Menino de Queijo Fedorento

As idéias para introduzir delicadamente uma nova parceira para as manhãs de segunda-feira funcionaram. Os alunos em duas semanas já pareciam à vontade com as mudanças que aconteciam. Eu já faço parte da turma!

O objeto escolhido ao acaso para a condução de uma possibilidade de caminho foi um livro ‘Um patinho Realmente Feio e outras histórias malucas’. Nesse livro, partindo dos contos de fada tradicionais, o autor Jon Scieszka cria um texto inesperado, substituindo o clássico final feliz por soluções "absurdas". De uma dessas histórias, ‘O Menino de Queijo Fedorento’ nos aproveitamos para criar novas caras, danças e até meninos feitos de queijo para serem comidos no final do dia.

O caminho foi aberto e nós duas também nos encontramos abertas para continuarmos nos descobrindo e permitindo que as crianças sejam parte fundamental dessas descobertas. Nada já é sabido, mas tudo está aí para ser somado e pertencer ao que antes sabíamos dizer sobre quem somos nós.



E não é por nada, mas a bolachinha de fubá com queijo ficou deliciosa para caramba! Para colorir tínhamos: orégano, flocos de aveia, gergelim normal e preto, nozes, quinua e semente de girassol...

Bolacha do Menino de Queijo Fedorento

2 xic de farinha
1 xic de fubá
3 col de margarina
1 xic de açucar
100g de queijo ralado
3 ovos
1 colherinha de bicarbonato de sódio

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ela é nova por aqui

Aira e Andréa - artes visuais e dança 5-8 anos
Eu e Andrea conversamos sobre a turma que nos esperava às manhãs de segunda-feira. Era um grupo que já acompanhava a Andrea desde o início do semestre e por isso havia um apego grande ao que haviam construídos juntos.
Combinamos então que eu representaria uma professora perdida que apareceria na aula pedindo ajuda aos alunos. Eu não sabia onde eram as salas, os armários, onde guardavam os sapatos, os banheiros e tudo mais... E assim fizemos! As crianças me ajudaram a me "localizar" naquele lugar, também se abriram para ouvir o 'quê' estava fazendo por lá.
Contei que era nova, e mesmo perdida havia preparado uma aula para uma turma que receberia uma dia desses... uma turma mais ou menos assim... do tamanho de vocês! mas minha memória estava muito debilitada que não sabia muito quem eles eram. A banana que eu havia trazido para meu lanche se transformou em microfone para assim... uma breve entrevista em grupo para nos conhecermos melhor.
No primeiro momento propus algumas atividades que eu havia preparado para a "outra" turma que pedi para que eles experimentassem e me desse uma avaliação se a "outra" turma iria gostar! Nos alongamos do meu jeito e do jeito deles, como já faziam com a Andrea, trocamos aquecimentos e brincadeiras.
Algumas confianças conquistadas e aula acabou: "gente! acho que encontrei a lista das turmas para quem vou dar aula aqui no CEU! deixa eu ver....segunda....9:00.... de 5 à 7 anos...." e veio o coro " É A GENTE!!!". E assim cavei meu espacinho na primeira turma...
acho que essa turma tem cara de laranja, assim será a cor da fonte dessa turma